O Swing como meio para fortalecer a relação
Que o swing ainda não é visto com bons olhos pela sociedade não é novidade, mas será que as pessoas sabem que a sua prática pode até fortalecer uma relação amorosa? Não é ficção e é até um trabalho sério e objeto de investigação por parte de vários grupos de cientistas nacionais e internacionais. Para quem está com dúvidas em iniciar-se no mundo do swing, esta pode ser a derradeira prova que experimentar não lhe fará mal, muito antes pelo contrário.
A antropóloga e investigadora do Cria (Centro em Rede de Investigação em Antropologia), do ISCTE Maria Silvério, é autora do livro “Swing: Eu, Tu… Eles”, resultado de uma pesquisa de dois anos e meio e entrevistas em clubes de swing e casais praticantes. No livro a autora retrata vários benefícios do swing incluindo o aumento de cumplicidade entre o casal, fortalecimento do casamento, aproximação do casal a nível sexual e emocional, aumento do desejo pelo parceiro, entre inúmeros benefícios. Algumas pessoas adeptas da prática afirmam ainda ter melhorado a auto-estima e a confiança, bem como a capacidade de iniciar conversas com outras pessoas em público. Foi demonstrado que o swing praticado responsavelmente melhora a comunicação entre o casal, cria intimidade e facilita a resolução de problemas conjugais, reduzindo a pressão e o stress do dia-a-dia.
Já Curtis Bergstrand e Jennifer Sinski, professores e investigadores no tema, realizaram um estudo envolvendo 704 homens e 319 mulheres dos quais 62% afirmaram que o seu casamento fortaleceu após a prática de swing. Desse grupo, apenas 3% admitiu que a relação piorou após praticarem esse estilo de vida e 35% não notou diferenças em relação ao estado anterior.
Os únicos requisitos para que todos estes benefícios possam ter lugar são a estabilidade da relação amorosa e o consenso do casal sobre essa questão. O swing só é benéfico se os dois estiverem bem cientes do que vão fazer e com vontade de experimentar. Se um dos elementos força psicologicamente o outro a praticar swing, a relação pode estar em perigo. Já a decisão comum de o praticar tem de ser bem pensada e estudada e não deve ser precipitada.
O psicólogo e professor Arnaldo Risman lança o alerta para aqueles que pensam que o swing pode salvar a relação. Isso é um campo perigoso pois se o casal já se encontra emocionalmente frágil, o swing só vai com certeza piorar a situação. No swing vêm ao de cima alguns sentimentos com os quais é geralmente difícil de lidar. O ciúme, a autoestima, e a insegurança são alguns deles. O casal tem de se preparar mentalmente para assumir que o parceiro irá relacionar-se com outra pessoa e pensar nas consequências que isso possa ter para a vida a dois. Os dois também terão de pensar como irão reagir ao ver o parceiro relacionar-se com alguém que seja fisicamente mais atraente e dotado. Todas estas questões podem ser facilmente e ultrapassadas num casal forte e seguro mas serão decerto a gota final num casamento ou relação já por si fragilizada.
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