Swing é traição?
O Swing ainda é visto pela sociedade actual como um tabu, e por outros tantos como uma forma de traição. O meio em que vivemos ensina-nos desde crianças a ser monogâmicos e a escolher um só parceiro para a vida. Qualquer forma de contacto físico com alguém para além do parceiro amoroso é visto como um acto de traição e as relações amorosas de quem o pratica de forma consentida são vistas como disfuncionais Mas será que a prática de swing pode ser considerada infidelidade?
Bom, para avaliar a questão é preciso ir por partes. Em primeiro lugar há que pensar na própria definição de traição. Embora esta possa estar sujeita a várias interpretações, na sua forma mais geral está associada a mentira, encontros secretos e desconhecimento do acto por parte de um dos membros do casal. Enquanto uns definem a traição como qualquer acto físico como beijar ou qualquer outro contacto, outros consideram uma ligação emocional como um acto de traição mesmo que não exista qualquer contacto. Aqui inclui-se o sexting ou qualquer outra forma de intimidade a nível verbal ou psicológico. A definição mais comum inclui qualquer um dos dois comportamentos desde que o parceiro não tenha conhecimento disso. O que importa aqui não é o que a sociedade considera ou não traição mas aquilo que o casal se sente à vontade para fazer e permitir, sem que existe quebra de confiança.
Por isso há que perceber qual a definição de traição quer para o indivíduo quer para o casal, através de uma conversa adulta e sincera. O que acima de tudo deve prevalecer, é a verdade.
Ora o swing não é mais que um estilo de vida em que um casal decide interagir de forma livre e aberta com outros casais, com o consentimento dos dois. Desta forma é uma actividade decidida em conjunto e não uma traição.
O que se torna fundamental é que cada casal estabeleça um conjunto de regras que não é universal. Cada membro terá de impor restrições, limites, e falar abertamente com o outro sobre o que é que considera aceitável ou não dentro do relacionamento.
No próprio swing não existem regras fixas. Muitos associam ao swing unicamente à troca de casais para praticar sexo livre sem limites. Embora isso seja verdade, existem várias formas da prática, algumas até bastante ligeiras. Enquanto alguns casais apenas vêm outros a praticar sexo (como se um filme ao vivo se tratasse) outros envolvem-se de forma física sem praticar o acto sexual em si (podem ficar-se pelos beijos, carícias, prazer oral). Tudo depende da fantasia que cada um pretende satisfazer e dos limites do próprio casal.
Um estudo publicado em 2012 vai mais além e refere que os praticantes de swinger são até mentalmente mais saudáveis que os monogâmicos e tendem a trair menos os parceiros e a ser mais felizes na relação.
O truque para não estragar a relação passa sempre pela de comunicação aberta e o estabelecimento de laços fortes, que não impeçam o casal de realizar as suas fantasias mais eróticas.
Em suma, o swing não está intrinsecamente ligado à traição. E a própria definição de traição é ambígua, embora a que mais se adeqúe seja a que trair é na verdade mentir ao parceiro, sobre qualquer acto íntimo ou sexual. Se praticar swing, a única maneira de não ser acusado de traição é ser sempre fiel na partilha de emoções e experiências contando sempre a verdade ao parceiro.